terça-feira, 10 de novembro de 2015

Voto consciente ajuda na escolha do bom candidato

Especialistas e cidadãos comuns falam sobre impactos que a educação pode ter no comportamento político da sociedade

Posto de justificativa de votos no Pátio Brasil, em Brasília - DF, Brasil / Foto: Elza Fiúza 


Por Zivalda Alves

Para falar sobre o voto consciente e o impácto da educação no comportamento político da sociedade, o portal A Pauta conversou com Luci Bonini, Dra. em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), coordenadora do Mestrado em Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e da área de educação e política do Movimento Voto Consciente, Ana Cláudia Chaves Teixeira. A especialista recebeu o Prêmio Capes 2014 com a sua tese Para além do voto: uma narrativa sobre a democracia participativa no Brasil (1975-2010) e também com cidadãos comuns.

Segundo Bonini, a educação política pode ser conceituada como a própria educação. Como apresenta a própria LBDEN 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional): educação deve ser compreendida como processo de formação humana, e é um dever da família e do Estado. “A formação política do cidadão vai além da sala de aula e o conceito de educação política está na lei, mas não está no coração dos homens”, relata Luci Bonini.

De acordo com Ana Cláudia Chaves Teixeira, a escola em geral não trata da política e não tem dado a devida importância ao ensino político. "Por isso, se vê tanta gente com diploma universitário e ao mesmo tempo um analfabeto político", analisa. Teixeira acredita também que o Brasil não é um país que vota consciente. "Chega na hora da eleição, ele vota meio às cegas, sem saber direito o que está fazendo, vota por obrigação", afirma. Ela disse ainda que falta informação para que as pessoas possam ter mais consciência na hora de votar. "Os candidatos deveriam prestar mais contas do que fazem e as pessoas deveriam monitorar mais seus eleitos", declara. 

Na concepção da atriz e jornalista Zilma Barros que, apesar dos seus 62 anos de idade, ainda exerce o seu direito e dever de cidadã, a educação política é ler a respeito, entender o processo e, com isso, formar sua própria opinião. "O eleitor mais escolarizado tem maiores condições de analisar os candidatos e escolher o que melhor irá representá-lo. O Brasil não é um país que vota consciente, algumas regiões mais desenvolvidas têm essa consciência, a grande maioria vota visando apenas seu interesse pessoal", afirma. 

Já para o educador popular em saúde Walter Marques, a educação é o único instrumento que possibilita ao ser humano se libertar das banalidades que lhe cerca, tornando-o capaz de reconhecer seus direitos e obrigações. "A frase do Bertolt Brecht, dramaturgo alemão, define com precisão a falta de conhecimentos políticos: o pior analfabeto é o analfabeto político, ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos". Para Marques, o Brasil não é um país que vota consciente.

Saiba mais
O Movimento Voto Consciente é um grupo sem vínculos partidários, isto é, um observatório das ações daqueles que legislam e decidem em favor ou contra o cidadão, de olhos abertos no poder legislativo. O movimento acredita que seja, realmente, implementada uma educação política em todos os cantos da cidade. 

Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que eleitores entre 16 e 17 anos passaram de 2,3 milhões, em 2010, para 1,6 milhão, segundo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, em julho de 2014.










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